segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Melles defende PL que dobra a área de preservação da Canastra

O deputado federal Carlos Melles (Democratas-MG) saiu em defesa do projeto de lei nº 1448/07 e 1517/07, de sua autoria, que amplia a área de preservação do Parque Nacional da Serra da Canastra dos atuais 71.525 hectares para 150.797,05 mil hectares. A reação do deputado mineiro – endossada por produtores e lideranças da região, foi nesta quarta-feira (22), temendo que o trabalho que vem sendo construído nos últimos 5 anos entre as lideranças da região da Canastra com deputados e o grupo de trabalho do governo federal especialmente criado para cuidar do assunto, seja desvirtuado ou mesmo atrasado por questões já vencidas. O projeto a que Melles se refere já foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, com relatoria do deputado e reconhecido ambientalista Fernando Gabeira (PV-RJ), e agora tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, da Câmara dos Deputados. “O deputado Gabeira esteve na Canastra in loco, visitou durante uma semana a região do Parque, conversou com as famílias, conheceu a realidade entre a necessidade de proteção do parque e das famílias da região, fez um trabalho coerente e competente”, explicou Melles.
De acordo com o articulador da Frente Popular em Defesa da Serra da Canastra, André Picardi, a preocupação de Melles tem fundamento, já que o governo federal muda os atores a cada nova discussão importante. “Não é possível recomeçar o trabalho do zero, já vencemos muitas etapas e não somos contra o ingresso de novas instituições na discussão, mas é fundamental que se herde e valorize o trabalho que fizemos democraticamente e que foi amplamente discutido até o momento”, frisa André Picardi. Acompanhado de lideranças políticas e produtores, Picardi esteve em Brasília na quarta-feira, onde participou de reunião na 3ª secretaria da Câmara dos Deputados. O encontro de trabalho teve a presença dos deputados Odair Cunha, Carlos Melles, presidente do ICMBio, Rômulo Mello, do diretor geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, Miguel Antonio Cedraz Nery, da representante do Ministério de Minas e Energia, professora Maria José Salun, do coordenador de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Carlos Eduardo Portela Sturm.
“Queremos buscar a harmonia e a legalidade na região da Canastra, estamos efetivamente mais que dobrando a área efetiva do Parque”, explicou o deputado, apresentando os dados técnicos que comprovam que atualmente o Parque tem 71.525 hectares (fruto de um decreto de 1972) e terá com o novo projeto cerca de 150 mil hectares. “Estamos lidando com a realidade de ampliação da área de preservação de um dos mais ricos e belos ecossistemas do país e ao mesmo tempo preservando as famílias centenárias que residem no entorno do parque”, explicou Carlos Melles, destacando que preocupa-se, além da beleza natural da Serra da Canastra, igualmente com a manutenção de tradições de duzentos anos, como o queijo artesanal da Canastra, já declarado Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão do Ministério da Cultura. O queijo é fruto da produção leiteira de pequenos produtores, considerados os maiores protetores do Parque da Canastra.
“Eu entendo e respeito a preocupação natural dos ambientalistas, eles fazem um trabalho da maior relevância, mas é fundamental ter o entendimento que hoje o parque tem 197 mil hectares só no papel e isto já faz 37 anos, desde o decreto de 1972. Nós estamos dobrando a área efetiva de proteção, e mais, temos pronto o terceiro Projeto de Lei, que visa a criação de uma Unidade de Conservação que incorpora a nascente original do Samburá. Estamos cuidando do que a região tem de mais sagrado que são as famílias que lá residem”, destacou o deputado.

Assessoria de comunicação
Deputado Federal Carlos Melles

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